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Startups nascidas em Campinas que se destacam no país e no mundo apostam em inovação aberta e cocriação

Startups nascidas em Campinas ganham cada vez mais destaque no país e também fora dele, seja por apresentarem ao mercado tecnologias e soluções inovadoras ou por estabelecerem processos de trabalho baseados em inovação aberta e parcerias estratégias para cocriação.

Exemplos disso são Ifood, Meu Chapa e Idea que compartilharam experiências no painel “Liderança na inovação: empresas de impacto”, durante a 8ª edição do Inova Trade Show, realizado pela Fundação Fórum Campinas Inovadora, nos dias 10 e 11 de novembro. 

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Para abordar o conceito de open innovation  o evento contou com a participação do diretor responsável pelo Ifood Labs, Marcos Gurgel, que apresentou as estratégias da empresa para se conectar com startups a fim de testar, codesenvolver e investir em novas soluções.

“Nós não precisamos ter todas as ideias dentro de casa, mas sim, buscar parcerias. Obviamente meu time pode ter ideias, mas, se vemos que algo está funcionando lá fora e o dinheiro está fluindo para aquela tendência, por que não trazer para o Brasil?”, afirmou.

O Ifood conta com times de ‘research’, que buscam essas tendências,  e times que testam as ideias em alta velocidade. “Podemos dizer que o nosso time de open innovation é formado por todo tipo de startup ligada a áreas diferentes do core business do Ifood”, afirmou.

Atualmente, 150 conexões foram realizadas entre o Ifood e parceiros, 27 negócios fechados e 5 investimentos feitos. Segundo Gurgel, o principal foco do Ifood nessas parcerias não está em empresas que buscam apenas investimentos, mas em empreendedores que enxerguem possibilidade de capitalização do seu projeto por meio desta união.

Essas parcerias que possibilitam formas variadas de cocriação também fazem parte das estratégias da startup Meu Chapa, nascida em Campinas, que começou a operar em maio de 2020 e já recebeu dois importantes aportes. Entre eles, o Yunus, investidora indiana focada em startups que tenham impacto social positivo.

A tecnologia conecta motoristas prestadores de serviços aos chapas, como são chamadas as pessoas que trabalham descarregando cargas de caminhões. A plataforma, baseada em Inteligência Artificial e Internet das Coisas, relaciona as duas pontas e permite que os trabalhadores se encontrem no local e na hora certa, garantindo maior renda, padronização e melhores condições de trabalho.

Para melhoria contínua do produto, os próprios colaboradores vivenciam a experiência do app trabalhando mensalmente junto com os chapas. A startup também conta com um grupo formado com os clientes onde eles apresentam suas perspectivas sobre a plataforma. A partir das informações, a empresa estabelece um roadmap para aplicação de melhorias.

Segundo João Biarari, fundador da Meu Chapa, a cocriação também ocorre junto às empresas que são clientes na outra ponta. “Temos um processo ágil para desenvolvimento de protótipos desenvolvidos a partir dos feedbacks e necessidades que nos são apresentados. Essa interação é essencial, mas é preciso que o mindset esteja  preparado para fazer isso acontecer.”

A plataforma conta com mais de 100 mil tarefas, 67 clientes, 19 estados atendidos e 14 mil cadastrados na base. “Avaliamos que essas pessoas passam de um invisível social para um empreendedor capaz de fazer a gestão da execução das tarefas, passando a receber receita”, afirmou.

Parcerias para atrair capital humano qualificado

Empresa de alta tecnologia de Campinas, a Idea!​ aposta em parcerias e boa parte do seu time é composto por profissionais ligados a universidades, institutos de pesquisa etc, o que possibilita ampla troca de conhecimento.

Com destaque no mercado brasileiro e internacional pelo desenvolvimento de hardware complexo, a empresa está situada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e se apoia na qualidade dos profissionais disponíveis na região, especialmente ligados à Universidade, para crescer.

Segundo  Juliano Rodrigues de Oliveira​, diretor de Tecnologia da Idea!, a empresa acredita que seu papel é reunir os melhores profissionais, das mais diversas áreas de pesquisa e trabalho, e fazê-los dialogar. “Estamos posicionados em uma região com alto nível de qualificação, que reúne talentos e, obviamente, a parceria com a Unicamp é essencial. Temos as cabeças e, a partir disso, precisamos apenas de foco, gestão e execução.”

Capacitação e propósito para manter talentos

As empresas também acreditam na capacitação para aumentar o desempenho da equipe e potencializar os resultados diários. Os treinamentos são fundamentais para a qualificação profissional e envolvem aumento da produtividade e melhor organização dos times.

Oliveira avalia que treinamentos cada vez mais qualificados são necessários. “A pessoa precisa enxergar além de toda a bagagem acadêmica e conseguir aplicar seu conhecimento em problemas do mundo real. É necessária uma interação para a construção de treinamentos customizados.”

Para o fundador da Meu Chapa, a capacitação também é uma oportunidade para milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. “A capacitação e treinamento direcionados para um público em situação de vulnerabilidade é um desafio, mas acima de tudo uma tremenda oportunidade para que milhares de brasileiros consigam aprender um ofício.”

Para superar um dos desafios das empresas de base tecnológica, que é a retenção de talentos, as startups buscam se diferenciar ao oferecer um ambiente de trabalho  agradável e estabelecer propósitos aos colaboradores.

“Quando você consegue engajar e aquele talento encontra propósito na sua forma de gerenciar o negócio, a possibilidade de retenção é muito maior”, afirma Biarari.

Texto: Leonardo Scramin Florindo/Bruna Mozer

Imagem: Pedro Amatuzzi

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